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Este Blog tem como finalidade unir duas das minhas paixões: Fotografia & Judaismo. E como fazer isto? Sempre com um novo post uma fotografia de minha autoria do tema relacionado. Obs. O Judaísmo aqui mencionado se trata do Cumprimento prático da Torah, e não a religiosidade Rabínica. Email: jandernogueira@hotmail.com.br Cel: (22) 92836965

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bênção / ברכה



Este post é um pouco diferente dos outros, pois invés de um tema tipo estudo eu gostaria de dividir algo com vocês. O motivo é por que eu li um livro que realmente mudou minha vida e gostaria de dividir com todos.


O livro se chama “My grandfather´s blessings” (As bênçãos do meu avô), e por que mudou minha vida? Primeiro gostaria de falar um pouco do livro, o livro é um relato da vida pessoal da autora (Rachel Naomi Remen) que comenta no livro a importância de abençoar as pessoas e/ou coisas ao nosso redor e mais importante, dentro de nós. Ela escreve que aprendeu a ter esse olhar com seu avô o Cabalista e Rabino Ziskind, que ao tempo que abençoamos somos abençoados e assim podemos reconstruir o mundo. E agora voltando ao motivo que disse que mudou minha vida, eu me vi no papel da autora, e como? Não no simples fato de assimilação, mas na vivência empírica. Meu avô também era um homem e líder religioso extremamente ortodoxo nas suas convicções, com um caráter que ninguém jamais poderá criticar, tentava me ensinar a importância de abençoar as pessoas, às vezes com discussões outras com silêncio ele me ensinou o quanto podemos fazer diferença. Lembro-me as vezes que estava em sua casa e via-o trazer pessoas para almoçar ou ajudar de outras maneiras que estava ao seu alcance. Sua dedicação como líder religioso nos mínimos detalhes e sempre com amor. E até ler este livro infelizmente não tinha visto por que eu me pareço com ele em tantos aspectos e como eu e minha família fomos e somos abençoados por ele, e o que ele tentou me ensinar com seus discursos rigorosos. Que também podemos ser assim.

Sei que ele ficaria feliz em saber que agora o admiro mais ainda como homem e que fez sua vida se prolongar atravez da minha.

E eu abençoou você que está lendo esse blog:



                                    ברוך אתה  יהוה אלוהינו מלך העולם, שהחינו וקימנו והגענו לזמן הזה

Baruch Atá Ado-nai El-ohenu melech haolam shehecheianu vekiyemanu vehiguianu lazeman haze

Bendito és Tu, Senhor , nosso Deus, Rei do universo, que nos mantiveste vivos e nos sustentou e nos permitiu estar aqui neste momento.


Um resumo rápido sobre o tema.

Bênção, de uma maneira geral, é uma expressão proferida oralmente constituindo de um desejo benigno para uma pessoa, grupo ou mesmo uma instituição, que pressupõe um efeito no mundo espiritual, de modo a afetar o mundo físico, fazendo com que o desejo se cumpra

A Bênção sacerdotal (Birkat Kohanim, ברכת כהנים), também conhecida como Nesiat Kapayim ("estender as mãos"), ou Bênção aarônica, é uma oração judaica recitada durante certos serviços, a fonte do texto é Números 6:23-27.

Apenas Cohanim ou líder (como pai ou outros) podem executar a Bênção Sacerdotal.

Em muitas comunidades judaicas tradicionais é costume para os fiéis abrir seus talitot sobre suas próprias cabeças durante a bênção e não olhar para os Cohanim. Se um homem tiver filhos solteiros, eles virão e ficaram abaixo do seu talit para serem abençoados, mesmo se os filhos já forem grandes,

No início da cerimônia, os Leviim da congregação lavam as mãos dos Cohanim e, em seguida, os Cohanim tirarão os sapatos (se eles são incapazes de tirar os sapatos sem usar as mãos, os sapatos são removidos antes da lavagem), e caminha até a plataforma na frente da arca, na frente da sinagoga. Eles cobrem suas cabeças com suas talitot, e recitam a bênção.

A cultura pop

Em meados dos anos 1960, o ator Leonard Nimoy, que foi criado em uma casa judaica tradicional, usou a versão deste gesto para criar o Saudação Vulcana para seu personagem, Spock , em Star Trek . Ele explicou que enquanto participava de serviços ortodoxos quando criança, ele espiou por baixo do talit de seu pai e viu o gesto; muitos anos mais tarde, ao apresentar o personagem de Sr. Spock, ele e o criador da série, Gene Roddenberry pensou em um componente que deveria acompanhar o frase "Vida longa e próspera". O gesto sacerdotal judaico parecia suficientemente estranho e misterioso, e se tornou parte de Star Trek.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sefirát HaÔmer / Contagem do Ômer




Na segunda noite de Pêssach, iniciamos Sefirát HaÔmer, contando 49 dias entre Pêssach e Shavuot, dia em que a Torá foi outorgada ao povo de Israel. Esta contagem foi ordenada por D'us e serve como preparação ao povo para o recebimento da Torá. O mandamento para a contagem do Omer é registrado em Levítico 23:15.
A palavra "sefirat" basicamente significa cálculo ou contagem.

·        O que contamos?

Conta-se coisas de valor.
Conta-se unidades de tempo até um objetivo desejado; para uma criança, poderia ser: "Quantos dias faltam para as férias?" Para um adulto: "Quantas semanas ou meses até que eu consiga meu diploma? Ou "Quantos anos até que eu possa pedir uma promoção?"
Freqüentemente os itens contados são unidades de tempo. No judaísmo, tempo tem grande valor; é proibido desperdiçá-lo, ou matar o tempo.
Na tradição Judaica, o termo "sefirá" também possui significado específico, e refere-se à contagem dos 49 dias entre Pêssach e Shavuot. Em Pêssach, o povo judeu foi redimido de um terrível período de escravidão física na "casa do cativeiro", no Egito. Em Shavuot, que comemora D'us outorgando Seu precioso presente, a Torá, ao povo judeu no Monte Sinai, celebramos nossa passagem da Escravidão Espiritual à Liberdade Espiritual.
A Torá prescreve um modo de vida que eleva o ser humano acima da natureza puramente física, ao nível de um ser moral e espiritual. Isso lhe possibilita entender que a consciência dentro dele foi plantada por D'us, e que ele tem a capacidade de atingir e modelar seu comportamento até determinado ponto, além daquele de seu Criador.
Ele ou ela vêm a perceber que a saída da Escravidão aconteceu apenas para tornar-se um servo novamente, mas desta vez não para servir a um ser humano chamado de "amo", mas ao contrário, para ser um Servo de D'us, o verdadeiro Mestre do Universo.

·        Seu Tempo e Sua Vida

A natureza da obrigação de Sefirat Haômer é contar. O Talmud diz: "U'sfartem lachem," - "Vocês deverão contar por si mesmos", o que implica que cada um deve fazer sua própria contagem, individualmente. Isto significa dizer que há uma obrigação para cada pessoa de contar, de exprimir sua percepção de que outro dia de sua vida chegou, trazendo uma nova oportunidade para o crescimento espiritual. Por isso a pessoa não pode cumprir sua obrigação de contar através de ouvir a contagem feita por uma outra.

·        Por que contamos?

Contar alguma coisa torna-a real para nós. Apenas ao lhe atribuirmos uma quantidade entendemos o que significa para nós e como podemos usá-la. Imagine que você ganhou um baú repleto de moedas de ouro. Agradece ao seu doador e leva o baú para casa. Tão logo a porta é trancada, qual a primeira coisa que você faz? Conta as moedas, claro! Certamente é ótimo poder dizer: "Sou um homem rico." Mas se pretende fazer algo com sua riqueza, precisa saber: "Quanto possuo?"
Da mesma forma, o povo de Israel ao partir do Egito recebeu a Torá sete semanas mais tarde no Monte Sinai. Todos os anos lembramos esta jornada através de Sefirat Haômer, a Contagem do Ômer, por quarenta e nove dias. Começamos na segunda noite de Pêssach: "Hoje é o primeiro dia do ômer", proclamamos na primeira noite da contagem. "Hoje são dois dias do ômer" ou "Hoje são sete dias, que perfazem uma semana do ômer", "Hoje são vinte e seis dias que perfazem três semanas e cinco dias do ômer", e assim por diante, até "hoje são quarenta e nove dias, que perfazem sete semanas do ômer." Até chegar no quinquagésimo dia que é Shavuot.
Os cabalistas explicam que cada um de nós possui sete poderes no coração - amor, reverência, beleza, ambição, humildade, compromisso e realeza - e que cada um desses sete poderes inclui elementos de todos os sete. São representados pelas sete semanas e 49 dias da contagem do ômer.

·        Pêssach, Sefirat Haômer e Shavuot

Pêssach e Shavuot são festas estreitamente interligadas. Podemos afirmar que Pêssach é o inicio de um processo e Shavuot seu término; uma festividade completa a outra. A liberdade do Egito se íntegra com o recebimento da Torá em Shavuot. Só a liberdade física não é suficiente; enquanto ainda existem ligações com o Egito, não somos homens livres. Pêssach enriquece o coração e fortalece a fé; Shavuot desenvolve a mente por intermédio da Torá e sua sabedoria.

domingo, 13 de março de 2011

Mezuzá / Umbral





Mezuzá (do hebraico מזוזה "umbral") é o nome de um mandamento da Torá que ordena que seja afixado no umbral das portas um pequeno rolo de pergaminho que contém as duas passagens da Torá.
A mezuzá deve ser afixado no umbral direito de cada lar, sinagoga ou estabelecimento judaico como lembrança do criador. Deve ser posto a sete palmos de altura do chão, apontando para dentro do estabelecimento com a extremidade de cima. Os judeus costumam beijar a mezuzá toda a vez que se passa pela porta, para lembrar das orações que estão contidas ali dentro e os princípios do judaísmo que elas carregam
Hoje em dia, e sempre, a mezuzá, uma mitsvá que tem acompanhado o povo judeu ao longo dos anos, mais do que nunca constitui o sinal de que nesta residência ou estabelecimento se encontra um judeu, e em sua porta sua maior proteção: D'us
A mezuzá não deve ser julgada pela sua aparência. Para ser kasher deve ser escrito à mão, sobre um pergaminho, e por um sofer (escriba) temente e observador dos mandamentos divinos, habilitado para esta função, o que é fator essencial para tornar o pergaminho sagrado.
No momento em que é afixada no batente da porta, ela atrai a santidade de D'us que pairará sobre a casa ou estabelecimento. No verso do pergaminho estão escritas as letras hebraicas Shin, Dalet e Yud, que forma o acróstico das palavras hebraicas "Shomer Daltot Israel" – "Guardião das casas de Israel".

Conteúdo


A Mezuzá contém duas passagens bíblicas que mencionam o mandamento Divino de afixá-la nos umbrais das portas: "Shemá" e "Vehaiá" (Devarim 6,4-9 e 11,12-21).
O "Shemá" proclama a unicidade do D'us único e nosso eterno e sagrado dever de servi-Lo, e somente a Ele.
O "Vehaiá" expressa a garantia Divina de que nossa observância dos preceitos da Torá será recompensada e nos previne sobre as conseqüências se os desobedecermos.
A mitsvá da mezuzá demonstra claramente que não somente a sinagoga ou qualquer outro local de estudo são sagrados, como também nosso lar.


Significado

Embora atualmente existam centenas de sofisticados equipamentos de vigilância (câmeras, aparatos eletrônicos, entre alarmes e até cercas elétricas) para o povo judeu a mezuzá afixada na porta sempre constituirá sua maior proteção.
A palavra mezuzá tem três sílabas: 1) Meh, 2) zu e 3) zuh.
O “Mem”, primeira letra da palavra, tem o valor numérico de 40 e se relaciona com a Torá: a Torá escrita foi entregue a Moshê Rabenu durante 40 dias e 40 noites.
O “Zu”, a (forma feminina de “este”, em hebraico) da mezuzá refere-se ao povo judeu, e especificamente às mulheres, como diz a Guemará, Bayso zu ishto – “a esposa está em casa.” As mulheres estão diretamente envolvidas e constantemente ativas em formar o caráter do lar judaico. Além disso, a mulher da família tem o privilégio de ser responsável por receber os convidados, uma mitsvá que faz o lar irradiar.
A última vogal, “Zuh” refere-se a Hashem, como está escrito Ze Keili V’anveihu – “este é o meu D’us e eu O glorificarei.” Um lar glorifica Hashem através da pureza familiar.
Assim, a mezuzá corresponde aos três fatores que definem e trazem qualidade a um lar judaico: 1) Torá, 2) a mulher judia e 3) Hashem.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Chanuká / Festa das Luzes




Chanukiá

Chanuká significa literalmente, "Inauguração". A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus "chanu" (descansaram) das batalhas no "cá" (25º dia) de Kislêv.

Por que comemora-se?

Antiocus, rei da Síria, governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande. Pressionou os judeus a aceitarem a cultura greco-helenista, proibindo o cumprimento das mitsvot (preceitos) da Torá e forçando a prática da idolatria pagã.

Antiocus foi apoiado por milhares de soldados de seu exército. Em 165 AEC, os Macabeus, corajosos lutadores oriundos de uma família de muita fé, os Chashmonaim, apesar do antagonismo esmagador, saíram vitoriosos de uma batalha travada contra o inimigo.
O Templo Sagrado, violado pelos rituais greco-pagãos, foi novamente purificado e consagrado e a Menorá (candelabro) reacesa com o azeite puro de oliva, descoberto no Templo.
A quantidade encontrada era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um novo óleo puro pudesse ser produzido e trazido ao Templo. Em lembrança destes milagres comemoramos Chanuká durante oito dias.

Uma menorá de Chanuká tem oito braços numa fila reta de igual altura. O shamash (vela auxiliar), usado para acender a menorá, é colocado mais alto ou à parte das outras. Uma menorá que funcione com eletricidade pode ser usada como decoração de chanuká, mas não cumpre a mitsvá (conexão com D’us) de acendimento da menorá.

Parte da mitsvá de Chanuká é a divulgação do milagre de Chanuká, portanto colocamos a menorá no batente oposto à mezuzá, ou numa janela, claramente visível do lado de fora. Velas podem ser usadas, mas devido ao seu papel no milagre de Chanuká, uma menorá com azeite é especialmente significativa.

Na primeira noite de Chanuká, reúna a família para o acendimento da menorá. Antes de acender, recite a bênção apropriada. Utilize o shamash para acender a primeira vela, no extremo direito da menorá.

Chanuká Guelt

Em Chanuká, é tradicional dar às crianças Chanuká Guelt, dinheiro de Chanuká. Uma das razões deste costume é a oportunidade de lhes oferecer um reforço positivo por comportamento exemplar e como dedicação ao estudo de Torá, que era proibido durante a ocupação dos sírios, além de incentivá-las a doar uma parte para tsedacá, caridade.

Sevivon

Antíoco decretou que cada aula de Torá era crime punível com morte ou prisão. Em desafio, as crianças estudavam em segredo, e quando as patrulhas sírias eram avistadas, fingiam estar jogando uma inocente brincadeira de pião, também conhecido como sevivon.

Todo sevivon possui quatro lados com uma letra hebraica em cada um deles. Cada letra é a inicial de uma palavra. As quatro letras são:

Nun primeira letra da palavra nes, que significa "milagre"Guimel primeira letra de gadol, que significa "grande"Hei primeira letra de haya, que significa "era" ou "foi"Shin primeira letra de sham, que significa "lá"
Juntas, estas letras formam a frase: "Um grande milagre aconteceu lá".
Em Israel, ao invés da letra shin (para designar sham, lá), o sevivon possui a letra pei de pô, aqui) para que as letras dos lados do pião forme a frase: "Um grande milagre aconteceu aqui".

Sufganiyot

Na festa de Chanuká há o costume de ingerir comidas fritas em óleo como bolinhos de batata (levivot ou latkes), e sonhos (sufganiyot). Estes alimentos são preparados e degustados em honra ao milagre que ocorreu com o azeite.

domingo, 24 de outubro de 2010

Sucot / Tabernáculos



·        Sucot (do hebraico סוכות sukkōt, cabanas) é um festival judaico que se inicia no dia 15 de Tishrei de acordo com o calendário judaico. Também conhecido como Festa dos Tabernáculos ou Festa das Cabanas ou, ainda, festa das colheitas visto que conincide com a estação das colheitas em Israel, no começo do Outono. É uma das três maiores festas, conhecidas como Shalosh Regalim, onde o povo de Israel peregrinava para o Templo de Jerusalém.
O Sucot relembra os 40 anos de êxodo dos judeus no deserto após a sua saída do Egito. Nesse período o povo judeu não tinha terra própria, eram nômades e vivam em pequenas tendas ou cabanas frágeis e temporárias. Como forma de simbolizar este período, durante a celebração de Sucot, os judeus deixam as suas casas e se abrigam sob folhas e galhos ao ar livre, simbolizando a sucá. A sucá deve ser erguida ao ar livre e deve ser constituída de palha ou folhagem, que possibilita ver-se o céu. Deve ter pelo menos 3 paredes as quais não devem estar pregadas ao teto. Além desta passagem pelo deserto, a sucá também simboliza todos os judeus que moram na diáspora, ou seja, fora de Israel.
Durante a festa de Sucot, os homens devem comer diariamente numa sucá (cabana) especialmente construída para este fim. Nestes sete dias, não é permitido comer fora da sucá qualquer refeição que contenha pão ou massa. Há aqueles que não costumam beber nem ao menos um copo de água fora da sucá.
Nos primeiros dois dias e noites da festa, o kidush, prece sobre o vinho, antecede a refeição. Nas duas primeiras noites, é obrigatório comer na sucá ao menos uma fatia de pão (além do kidush), mesmo que esteja chovendo. Nos outros dias, se chover, é permitido fazer as refeições dentro de casa.

·        Outro símbolo da festa são as “Quatro Espécies”. A lulav (לולב) é uma folhagem da palmeira, hadass (murta-comum), aravá (salgueiro) e o etrog (cidra).
Nossos sábios procuram responder sobre o significado das Quatro Espécies, comparando-as aos quatro tipos de judeus que formam nosso povo.
O Etrog tem sabor e aroma, o Lulav tem sabor, mas não tem aroma, a murta tem aroma, mas não tem sabor e o salgueiro não possui nem um nem outro.
Da mesma forma também existem judeus que têm a seu crédito tanto as boas ações como o estudo da Torá; outros possuem apenas uma dessas virtudes e a outros ainda faltam-lhes ambas.
Assim como essas quatro variedades precisam ser reunidas para que seja cumprido o mandamento, assim também é necessário que as quatro categorias de judeus estejam unidas para formar uma comunidade, um povo.
A união é uma das bases da existência. Enquanto nos conservarmos unidos e um velar pelo bem-estar do outro, estará assegurado o futuro. Este é o intuito das quatro variedades de plantas - a reunião de todas as partes do povo, não excluindo os que desconhecem a tradição.
Quando seguramos as Quatro Espécies nas mãos, o Etrog, segundo a tradição, deve estar mais perto das Aravot do que das outras duas variedades. Com isto, mostramos que este não se recusa a se misturar com as espécies de menor valor, especialmente o salgueiro; o Etrog expressa a sua humildade e o desejo de união. Esta é a mais bela lição que as plantas nos oferecem.
Dizem ainda os nossos sábios que as Quatro Espécies também representam a união dentro do indivíduo. O Etrog tem a aparência do coração; o Lulav da espinha dorsal; os Hadassím simbolizam os olhos e o salgueiro, a boca. A mitsvá principal em relação à sidra é que ela deve ser de propriedade da pessoa - de seu próprio jardim ou comprada com seu dinheiro. Com um Etrog alheio, não se cumpre o mandamento. O Etrog - coração do povo judeu - sempre deve ser dele mesmo, leal ao povo judeu e a D'us. Deve participar das alegrias e tristezas de sua gente. Se o coração do judeu está repleto de idéias e opiniões alheias, não é um coração judaico. O Lulav - a espinha dorsal do povo judeu - deve também ser de sua propriedade, orgulhoso de sua lealdade para com os ideais de seu povo. Não deve se curvar nem se deixar influenciar pelos outros. Os Hadassim - os olhos do povo judeu - devem sempre se dirigir para seu povo, à procura de meios para ajudá-lo. Se desviar o olhar e começar a imitar os outros, abandonará seus próprios valores. A Aravá - a boca do judeu - deve ser primordialmente leal a si mesma. Quando um judeu calunia outro ou desdenha das tradições e ideais judaicos, espalha o ódio e o desprezo para com seu povo e causa vergonha a si mesmo. Uma boca judaica deve expressar os anseios do povo judeu, exigir todos seus direitos e defendê-lo de quaisquer ataques.

Ps. Gostaria de comentar que o motivo maior deste post foi por causa do Igreja CEIFA que no dia 23 de outubro comemorou Tabernáculo. Uma das festas mais bonitas que já tive o prazer de fazer parte, pois a idéia de dia festivo realmente foi posto em pratica em vez dos ritos costumeiros. PARABENS A VC`S DA CEIFA.

domingo, 19 de setembro de 2010

Tsitsit / Franjas



Tzitzit (no hebraico ציצית) é o nome dado às franjas dos talit, que servem como meio de lembrança dos mandamentos de D´us.
  • O propósito

A mitsvá de tsitsit é mencionada duas vezes na Torá:

a)"…Que façam para eles tsitsit (franjas) sobre as bordas das suas vestes, pelas suas gerações e porão sobre os tsitsit da borda um cordão azul celeste. E será para vós por tsitsit e vereis e lembrareis todos os mandamentos de D’us e os cumprireis e não errareis indo atrás (do pensamento) do vosso coração e atrás (a vista) dos vossos olhos, atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis e cumprais todos os Meus mandamentos e sejais santos para com vosso D’us." (Bamidbar. XV: 38:41)

b) "Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos de tua vestimenta com que te cobrires." (Devarim XII:12)
  • Significado

Os tsitsit pelo seu nome e maneira com que estão ligados à roupa, aludem aos 613 preceitos da Torá: o equivalente numérico da palavra tsitsit é 600; some a isso 8 pelo número de fios e 5 pelo número dos nós e terá 613. Os cinco nós indicam também que temos de nos amarrar aos cinco Livros de Moisés, ao passo que os oito fios sugerem os oito órgãos do corpo que estimulam o homem a pecar (os ouvidos, olhos, boca, nariz, mãos, pés, genitais e o coração), que devem ser subjugados e santificados.

Assim, a vista dos tsitsit serve ao propósito de lembrar o homem as suas obrigações Divinas (os 613 preceitos da Torá) e protegê-lo de cair vítima dos atos pecaminosos relacionados com os órgãos mencionados. A visão atenta dos tsitsit serve como lembrete que conduz a uma observância consistente da Torá ("e o vereis e lembrareis… e os cumprireis").

Os tsitsit devem, portanto ser usados em peças de roupa regulares e não devem ser restritos ao talit (xale de orações) usado somente na hora das preces. Pois, como Ibn Ezra escreve em seu comentário, "É mais importante estar envergando os tsitsit em outras horas que não as da oração, a fim de lembrar em todos os momentos a não se desviar e cometer um pecado; pois na hora da prece o homem não peca."
O motivo do número de voltas entre cada espaço de nós nos tsitsiyot , respectivamente 7, 8, 11 e 13 é que eles totalizam o mesmo valor numérico das palavras Hashem Echad (D’us Único) que, em hebraico, é 39.
  • Prática


Aposto que algumas pessoas (goym) já se perguntaram quando vêem um judeu usando uns fios pendurado na roupa o que seria aquilo. Esses fios são os tsitsit que identifica um judeu entre outras pessoas, um símbolo de sua fé sendo posto em prática.

PS. O que eu acho mais legal nos Judeus Messiânicos é a sua insistência em falar sobre a IGREJA ROMANA, e de como as igrejas se distanciaram de sua origem e etc, etc, e etc... Mas o mais legal foi que ao criticarem os outros se esquecem de suas obrigações, pois eu até hoje só vi dois judeus messiânicos usarem as tsitsiot. Então fica um toque pra vc´s “Judeus Messianicos” Observem a torah e seus preceitos e depois falem dos outros.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Bereshit / Gênesis





Bereshit / Gênesis

Bereshit (do hebraico בראשית, Bereshít, "no ínicio", "no princípio") é o nome da primeira parte da Torá e da primeira palavra. Bereshit é chamado comumente de Gênesis pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas.
Tudo, desde a separação entre trevas e luz no primeiro dia, até a criação das esferas celestiais no quarto, culminando com a criação do homem - Adam (Adão) e da mulher - Chava (Eva) à imagem de D'us e sua colocação no Jardim do Éden no sexto dia, foi criado e arrumado em seu correto lugar nesta primeira semana. Os humanos recebem o domínio sobre o mundo inteiro com apenas uma restrição - abster-se de consumir o fruto da Árvore do Conhecimento.

Diferentes Interpretações:

Abaixo seguem algumas das diferenças teológicas entres o conhecido Gênesis e Bereshit.
Gênesis 1:1 - No princípio Deus criou os céus e a terra.
  • Aqui temos duas diferenças: 1º - A palavra empregada pra Deus é Elohim, no hebraico quando uma palavra termina em “im” quer disser que ela está no plural. Logo no ato da criação as Manifestações de YHWH estavam presentes, יהוה (Yah = Pai), פועל (Verbo = Filho) e רוח הקודש (Espirito de Deus = Espirito Santo).
  • 2 - A palavra céu e terra aqui mencionado, se referem a esfera de morada. Como por exemplo a palavra "CéuS" está no plural, devido se acreditar (no judaísmo) existam 7 Céus. E a palavra "Terra" se refere a esfera de matéria com o qual se formaria a terra.
Gênesis 1:3 – Disse Deus: "Haja luz", e houve luz.”
  • Aqui se acredita que quem fez o mundo não foi exatamente D´us em si, mas o Mashiach. Pelos fatos que em Yochanan (João) 1:1-3 diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. E por toda vez que se terminava uma criação o Eterno via se era bom, logo, pra que era necessário que o Eterno averiguasse se era bom? Sendo salvo 3 (três) coisas que D´us o fez só: A terra, Os Céus e O Homem.
Gênesis 1:5 – Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia.”
  • Essa identificação é repedida 6 (seis) vezes neste capitulo. A palavra hebraica יום (yom) é uma porção de tempo que começa no pôr-do-sol de um dia e termina no pôr-do-sol do outro dia.
Gênesis 1:27 – Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”
Aqui começa uma das maiores diferenças entre o judaísmo e outras religiões. Então tentarei descrevê-las. 1º Coisa que devemos saber que a palavra aqui destinada para homem é אדם (Adam) Adão, que significa pessoa, num sentido de “Humanidade”.
  • 2º - Homem e mulher foram criados no mesmo dia e não em outro dia como é dito por outras culturas.
  • 3º - (AQUI MENCIONO O QUE ALGUNS TEXTOS CABALISTA DIZEM A RESPEITO DO TEMA). A mulher aqui mencionada se chama Lilith, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois a ser descrita como um demônio. Três anjos foram enviados em seu encalço, porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos na Terra de Nod. E seu descendente chamados Nefilim, do hebraico פִיל que significa "aqueles que cairam do ceu", Tirano, mas tal termo é uma variação do termo נָפַל. Deriva da forma causativa do verbo na·fál ou nefal (fazer cair; cortar), conforme encontrado, por exemplo, na Bíblia Gênesis 6,2. (Traduzido como Gigante). Diz a narrativa que Deus teria decretado um dilúvio, após a ocorrência do mesmo toda aquela sociedade humana seria destruída e o homem passaria a viver, no máximo, um período de 120 anos. Naquele momento, Deus se "arrependeu de ter criado a humanidade", somente Noé e sua família, tinha aprovação de Deus. (6:3,5-11) O relato termina com dilúvio bíblico a eliminar toda aquela sociedade humana juntamente com os Nefilins. No capitulo 2 de Genesis no versículo 18, Deus vê que não era bom que o homem ficase só e resolve criar Eva.



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Arca da Aliança / Aron Habrit



Origem

Segundo o livro do Êxodo, a montagem da Arca (ארון הברית ) foi orientada por Moisés, que por instruções divinas indicou seu tamanho e forma. Nela foram guardadas as duas tábuas da lei; a vara de Aarão; e um vaso do maná. Estas três coisas representavam a aliança de Deus com o povo de Israel. Para judeus e prosélitos a Arca não era só uma representação, mas a própria presença de Deus.

Construção

A Bíblia descreve a Arca da Aliança da seguinte forma: caixa e tampa de madeira de acácia, com 2 côvados e meio de comprimento (um metro e onze centímetros ou 111 cm), e um côvado e meio de largura e altura (66,6 cm). Cobriu-se de ouro puro por dentro e por fora. - (Êxodo 25:10 a 16)
Para seu transporte, necessários para um povo ainda nômade foram colocados quatro argolas de ouro nas laterais, onde foram transpassados varas de acácia recobertas de ouro. Assim, o objeto podia ser carregado pelo meio do povo.
Sobre a tampa, chamada propiciatório "o Kapporeth", foi esculpida uma peça em ouro, formada por dois querubins ajoelhados de frente um para o outro, cujas asas esticadas para frente tocavam-se na extremidade, formando um arco, de modo defensor e protetor. Eles se curvavam em direção à tampa em atitude de adoração (Êxodo 25:10-21; 37:7-9). Segundo relato do verso 22, Deus se fazia presente no propiciatório no meio dos dois Querubins de ouro “Shekinah”.
Somente os sacerdotes levitas poderiam transportar a tocar na arca, e apenas o sumo-sacerdote, uma vez por ano, no dia da expiação, quando a Luz de Shekiná se manifestava, entrava no santíssimo do templo.

Função e simbologia

A partir do momento em que as tábuas dos Dez Mandamentos, a Vara de Arão que floresceu (que não só floresceu mas que também brotou amêndoas) e o pote de maná escondido foram repousadas no seu interior, a Arca é tratada como o objeto mais sagrado, como a própria representação de Deus na Terra. A Bíblia relata complexos rituais para se estar em sua presença dentro do Tabernáculo.
Segundo a Bíblia, Deus revelava-se como uma fumaça que se manifestava com sua shekiná (presença) entre os querubins.



segunda-feira, 28 de junho de 2010

Alef-Bet




Alef-Bet

O alfabeto hebraico, também conhecido como Alef-Bet, é o alfabeto utilizado para a escrita em hebraico, que é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas, falada em Israel, foi criado por volta do século III a.C. Também é utilizado para escrever o iídiche, língua germânica falada pelos judeus da Europa Oriental e Alemanha. Assim como na escrita árabe, este alfabeto, os textos são escritos no sentido anti-horário ou seja, da direita para a esquerda.

Kabalah

A Kabalah acredita que cada letra do alfabeto hebraico possui dez significados especiais. Não sendo somente um caractere como nos demais idiomas. Assim sendo cada palavra possui dez “significados”, que estudados podem transmitir muito mais que um valor literal.
1. Conceito
O princípio conceitual subjacente associado com a letra.
2. Significado
O significado literal do nome da letra.
3. Formato
A associação visual primária relacionada ao formato das letras.
4. Número
O valor numérico da letra segundo calculado pela Guematria.
5. Espaço
Os elementos físicos, os corpos celestiais e os signos do zodíaco.
6. Tempo
As estações, os dias da semana e os meses do ano.
7. Alma
Os membros e órgãos do corpo humano, responsáveis por mediar experiências relacionadas com o "eu".
8. Qualidade, dom ou sentido
Expressões inatas ou adquiridas de experiência vivida, controlada pelos membros acima e órgãos da alma.
9. Arquétipo
Figuras arquetípicas da história de Israel.
10. Canal
Os canais horizontais, verticais e diagonais conectando as Dez Sephiroth.